Senador Jaques Wagner

 
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22 de maio de 2019 as 6:18 pm

Wagner defende política externa sem ideologia


O senador Jaques Wagner (PT-BA) manifestou hoje (22) na Comissão de Relações Exteriores, sua preocupação com o viés político e ideológico adotado na política externa brasileira, em depoimento realizado no dia 4 de abril deste ano, naquela comissão, pelo chanceler Ernesto Araújo.

“Confesso que me preocupou um pouco ou bastante, uma visão que não corresponde à tradição de Rio Branco e do Itamaraty, que é a tentativa de fazermos uma política externa ideológica.  O Brasil tem uma tradição muito forte e por isso é respeitado no mundo por uma política externa que sempre defendeu a autodeterminação dos povos, o relacionamento altaneiro entre todos nós, independente do presidente da República e dos seus chanceleres.  Acho que isso é altamente prejudicial ao Brasil e já foi manifestado nesta comissão por diversos senadores e senadoras independentemente de se alinharem como base do governo ou da oposição”, disse o senador Jaques Wagner.

O senador elogiou a reinstalação do grupo Brasil-China, país que é o maior ou um dos maiores parceiros comerciais do Brasil, e nós temos que olhar para o interesse do país aonde se pode obter maiores resultados para o Brasil.

Wagner destacou o bom relacionamento do Brasil com a Itália quando os pracinhas que lutaram na Segunda Guerra Mundial dividiam sua comida com os italianos.

O senador deu seu voto favorável à indicação de Helio Vítor Ramos Filho para embaixador na Itália, SAN Marino e Malta, Pedro Fernando Bretas Bastos para embaixador na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), e Henrique da Silveira Sardinha Pinto para Embaixador na Santa Sé.

Ao desejar sucesso aos três embaixadores, Wagner recomendou que eles “pratiquem a diplomacia com o pragmatismo que sempre marcou o sucesso da política externa brasileira”.

Sobre a CPLP, Wagner sugeriu união de todos em defesa da língua portuguesa. O senador relembrou dos seus tempos de Colégio Militar do Rio de Janeiro “que me deu régua e compasso, amor ao hino, amor à pátria e à soberania”, para apoiar a posição da senadora Mara Gabrili (PSDB-SP) que, durante a reunião, reclamou dos problemas encontrados pelos países de língua portuguesa nas conferências e fóruns internacionais.

“Nós somos apenas cerca de 3% ou 3,5% da população mundial que falamos a língua portuguesa, mas já somos um contingente bastante significativo. Realmente, é um pouco constrangedor toda vez que chega em fóruns internacionais têm diversas línguas e o português não. Talvez se nos juntarmos em defesa da nossa língua obteremos mais resultados”, concordou Wagner.

Wagner defendeu ainda a construção de novas fontes de cooperação com os três países para melhorar o comércio com o Brasil.

Ao embaixador Henrique da Silveira, o senador Jaques Wagner pediu uma audiência com o Papa Francisco.

“Tenho muita admiração pela sua coragem de enfrentar segmentos dentro e fora da igreja. Mas esse é o papel do líder. Pontífice é construir pontes. Não podemos excluir ninguém. E ele faz um pontificado muito voltado à inclusão e ao diálogo. Tenho também muita admiração pela sua preocupação com o social, com os direitos humanos e com o meio ambiente” acrescentou o senador.

Ao embaixador baiano Hélio Vitor, o senador destacou a visita que fez o monumento Liberazzione, construído em homenagem aos brasileiros que lutaram na Segunda Guerra, localizado nos arredores de Monte Castelo, nas comemorações dos 70 anos da vitória dos aliados. Relembrou o carinho da população da região que chama os brasileiros de “os libertadores”, e citou o fato de que os eles, na sua generosidade, dividiam comida com os italianos. O senador relatou ainda que, na ocasião, recebeu de presente um crucifixo com restos de balas deixadas pelas tropas alemãs.

Sobre as relações comerciais com a Itália, Wagner destacou “os importantes investimentos do país realizado na Bahia e a hospitalidade do povo italiano ”.

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