Senador Jaques Wagner

 
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26 de junho de 2019 as 4:14 pm

Wagner se manifesta contra privatização das refinarias da Petrobras


O senador Jaques Wagner (PT-BA) defendeu hoje, em debate na Comissão de Relações Exteriores, a manutenção do monopólio da Petrobrás nas 8 refinarias que a empresa colocou à venda, e que possuem a capacidade autorizada de refino de 1,1 milhão de barris de petróleo/dia. “A grande briga hoje, não é ideológica é comercial.
Infelizmente, no Brasil, o debate sempre vira esquerda ou direita”, disse.

“Por incrível que pareça estamos fazendo no Brasil, o Trump ao contrário. Quem tem interesse em vender gasolina são eles. Eles que tragam gasolina mais barata, e não obrigar a equiparar o preço mais em cima com os do mercado internacional”, defendeu o senador. “Isso é antidumping ao contrário”, protestou Wagner. No caso do presidente dos EUA, Donaldo Trump, ele criou barreiras para defender o mercado norte-americano.

Para o senador, a Petrobrás tem que colocar as refinarias que estão ociosas para operar e criar empregos. “ Hoje, estamos fazendo o contrário. Temos refinaria aqui que não roda 100% e importa emprego. E petróleo refinado significa emprego”, frisou Wagner.

“Não consigo entender.  O Brasil está com 15 milhões de desempregados e não aproveita as refinarias para gerar postos de trabalho”, acrescentou.

“É estranho que quem oferte de 6 a 8 refinarias para a venda seja a Petrobras ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e não o CADE à Petrobras”, frisou o senador. Ele lembrou que o debate sobre o fim do monopólio passou pelos governos militares e dos presidentes Collor, Itamar, Fernando Henrique, Lula e Dilma. E agora é que despertaram para a quebra deste monopólio que está na Constituição? ”questionou.

Wagner cobrou da Petrobrás a apresentação de dados sobre o impacto do ponto de vista econômico do que vai representar a privatização das refinarias. “ É uma falácia as declarações de que os preços do gás e dos combustíveis vão cair com a privatização”, observou.

Hoje, existem dois processos no CADE envolvendo a questão dos preços da Petrobrás para os derivados de Petróleo. As duas ações têm como foco supostos abusos da posição dominante da Petrobrás no mercado e a política de preços de combustíveis praticada pela petroleira.  “Não é correto o CADE homologar a venda de refinarias pela Petrobrás, motivada pelo interesse de importadores que ganham mercado na medida em que os preços internos são muito elevados”, avaliou Wagner.

O senador teme que no futuro, os parlamentares venham a ser cobrados por uma decisão que vai repercutir nas futuras gerações. “Vão nos perguntar:  vocês estavam aqui e não viram nada? Não quero falar em ideologia, quero falar em negócio”, insistiu.

Como exemplo, citou a criação pelos governos militares do Pólo Petroquímico de Camaçari, na Bahia. “É extremamente competitivo e composto por empresas nacionais. Por isso digo, não se trata de ideologia”, frisou.

Wagner questionou se o preço do gás vai baixar com a privatização.  “Se está difícil controlar o preço com o monopólio com a empresa pública, imagina quando o produto cair nas mãos da empresa privada? ”, apontou.

Ele manifestou preocupação também com o futuro da exploração do pré-sal e do conhecimento adquirido pela inteligência da Petrobrás nos últimos anos. “Talvez estejamos jogando fora o que conseguimos e amanhã vamos chorar a perda desse conhecimento”, comentou.

“Também não acho que seja o melhor negócio do mundo exportar petróleo bruto”, concluiu o senador.

 

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