Wagner prega diálogo e alerta sobre a importância de desarmar a polarização no país
Foto: Alessandro Dantas
Em entrevista ao ICL Notícias, na manhã desta terça-feira (5), o senador Jaques Wagner (PT-BA) afirmou que aposta na polarização não é o melhor caminho para o país. Ele fez questão de lembrar que “o adversário, nós sabemos, só joga na polarização porque ele só sobrevive no clima tenso, no conflito. Pra quem não tem um projeto de Brasil para apresentar para o povo brasileiro, só resta isso”, explicou.
Na conversa com a equipe do programa, o líder do Governo no Senado reiterou a importância de distensionar as relações no Congresso, com o objetivo de construir um ambiente favorável ao avanço de propostas de interesse não apenas da gestão do presidente Lula, mas de toda a sociedade brasileira. “Gosto sempre de insistir na ideia de que o caminho da democracia é o caminho do diálogo. É preciso construir um caminho do meio, baseado em ideias em favor do nosso país”, destacou Wagner.
Ao ser questionado sobre os riscos da politização das Forças Armadas, o senador defendeu que este é um fenômeno que precisa ser combatido. “Elas são mantenedoras da ordem. Se elas tomarem um lado, não manterão a ordem, mas sim defenderão o seu lado. Infelizmente, o governo passado, para agradar a torcida, indicou militares para muitos cargos políticos e isso foi muito ruim para o ambiente democrático”, apontou Wagner, reiterando a importância do governo seguir investindo na profissionalização e modernização dessas instituições.
Durante a entrevista, o senador ainda disse ser “amplamente favorável ao fim da reeleição” e defendeu um mandato único de 5 anos para cargos do Executivo. “Eu, pessoalmente, acho muito ruim o sistema que temos hoje de uma eleição a cada dois anos. Você não sai dessa roda eleitoral contínua e não cria um ambiente de tranquilidade para governar”, salientou Wagner.
O líder do Governo acredita que o avanço de uma PEC que proponha o fim da reeleição é “uma tese necessária e oportuna já que, definitivamente, o instituto da reeleição não trouxe coisas positivas para a política brasileira”. Wagner esclareceu que a proposta em discussão não alcançaria o presidente Lula e nem os atuais governadores e prefeitos. Também não alcançaria aqueles e aquelas que se elegerem em 2026 pela primeira vez e que tenham planos de concorrer à reeleição em 2030.
Wagner explicou que há hoje duas linhas em debate no Congresso: uma que defende a coincidência total das eleições, com votos de vereador a presidente da República de uma só vez, e outra que defende intercalar e manter o pleito municipal em um processo separado. Independente da linha que seja adotada, o parlamentar defende a medida e acredita que ela será “importante e necessária para ajudar a pacificar o ambiente político”.