Wagner: “Parlamento precisa dizer se quer um país de excluídos ou de incluídos”
O líder do Governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), afirmou nesta quinta (12) que a Medida Provisória com medidas de ajuste fiscal e tributação é uma oportunidade para que o Congresso Nacional diga à sociedade qual é o Brasil que ele deseja construir.
“Estamos a cada dia tendo mais bilionários e mais excluídos. A cada novo aplicativo é um novo bilionário e uma porção de gente trabalhando em condições nem sempre desejáveis. Então, o Parlamento precisa dizer para a sociedade brasileira qual o país que ele quer, se um país de excluídos ou de incluídos”, disse.
Para ele, as reações ao conteúdo da MP, que corrige distorções tributárias ao cobrar mais de quem tem mais renda, são exageradas. “Estamos cheios de profetas do apocalipse aqui. O dólar caiu, os indicadores econômicos estão todos excepcionais, era para [o PIB] crescer 1%, cresceu 3%, tem uma avenida aberta para baixar os juros, mas nós vivemos com uma síndrome pessimista”, apontou.
O senador considera que o Congresso poderá agora dizer onde quer cortar gastos, cobrança permanente dos setores insatisfeitos. “Se muito, as medidas atingem 150 mil, 300 mil pessoas, e somos 215 milhões de brasileiros. O Congresso vive dizendo que a gente precisa cortar gastos. Agora tem a oportunidade de dizer onde querem cortar. Tirar da educação e da saúde? Tirar do salário mínimo, porque quem ganha muito não se dispõe a contribuir um pouco para a justiça tributária e social? Então não reclamem depois do tráfico, da bandidagem, que em parte é fruto do desespero de quem não acha caminho na institucionalidade. A decisão é do Congresso”, completou.
Wagner lembrou ainda que o conteúdo da MP foi discutido em reunião com ministros e líderes da base do governo no último domingo. “Estava todo mundo lá e todo mundo saiu aplaudindo. Não estou dizendo que não pode ter ajuste, vamos continuar negociando. Mas as pessoas precisam escolher o caminho”, concluiu.
