Wagner espera que Greenwald ganhe mais um prêmio Pulitzer por suas revelações sobre os diálogos entre Moro e Dallagnol
Em reunião na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), nesta quinta-feira (11), o senador Jaques Wagner (PT-BA) disse que o jornalista Glenn Greenwald merece ganhar, novamente, o prêmio Pulitzer de Jornalismo, por suas revelações, no site The Intercept Brasil, sobre os diálogos mantidos entre o então juiz da lava jato Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol. Wagner classificou o trabalho de reportagem de Greenwald como “jornalismo da melhor qualidade”.
O senador relembrou a conquista, em 2014, por Greenwald, do primeiro prêmio Pulitzer, pelo caso Watergate. E disse esperar que com essa nova reportagem ele possa conquistar o seu segundo Pulitzer. “Não tenho dúvida de que a matéria contribuiu para fortalecer a democracia internacional, pois nenhuma nação pode se considerar superior a outra e espionar quem quer que seja”, acrescentou Wagner.
O senador relembrou que no caso do escândalo Watergate foram levantadas muitas suspeitas, e o personagem denominado de “garganta profunda” só ficou conhecido após a sua morte. “Não sei se daqui há 5, 10 ou 15 anos vai ser revelado o “garganta profunda” dessa sua reportagem. Só espero que ela contribua para sedimentar mais ainda o apreço dos brasileiros para democracia”, destacou. “Agradeço as revelações feitas até agora e espero que elas continuem cada vez mais contundentes. As consequências da sua reportagem serão de responsabilidade deste Congresso Nacional e do povo brasileiro. Espero que saibamos aproveitá-la para construir uma democracia mais consistente e duradoura”, concluiu Wagner.
Durante sua fala, Greenwald classificou como atentado à liberdade de imprensa as notícias de que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, estaria, por meio da Polícia Federal, investigando a sua vida e de outros profissionais do site. O jornalista disse que não tem medo e que continuará publicando novos vazamentos. “Há notícias de que ele está investigando e ele nunca negou. Isso mostra a mentalidade do ministro. Ele quer que fiquemos com medo e apreensão. Não temos medo nenhum. Vamos continuar publicando”, confirmou.
