Senadores iniciam missão nos EUA para tentar reverter sobretaxa sobre produtos brasileiros

Foto: Rafael Nunes
O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT‑BA), afirmou nesta segunda-feira (28), em Washington, que vê com “expectativa positiva, apesar da dificuldade” as tratativas para tentar reverter a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros anunciada pelo ex-presidente Donald Trump. “Eu acho que não [é possível adiar a entrada em vigor]. O que a gente está fazendo é diplomacia parlamentar. É preciso que os governos se entendam. A gente está aqui para contribuir”, disse o senador, durante o primeiro dia da missão oficial nos Estados Unidos.
A comitiva, formada por oito senadores brasileiros, esteve reunida nesta manhã com representantes do Itamaraty, ministros da Embaixada e o ex-diretor-geral da OMC, Roberto Azevêdo, na residência oficial do Brasil em Washington. A embaixadora Maria Luiza Viotti relatou os esforços diplomáticos iniciados em março e atualizou o grupo sobre ações judiciais em curso nos EUA que buscam suspender ou invalidar as novas tarifas. Segundo ela, os dados apresentados pelo Brasil desmentem a imagem de protecionismo econômico que circula em Washington.
Além de Jaques Wagner, integram a missão os senadores Nelsinho Trad (PSD‑MS), Tereza Cristina (PP‑MS), Fernando Farias (MDB‑AL), Marcos Pontes (PL‑SP), Esperidião Amin (PP‑SC), Rogério Carvalho (PT‑SE) e Carlos Viana (Podemos‑MG). O grupo é acompanhado por assessores parlamentares, representantes da ApexBrasil e diplomatas brasileiros. A agenda desta segunda inclui reunião com líderes empresariais na Câmara de Comércio dos EUA. Nos próximos dias, os parlamentares também se encontrarão com senadores americanos, democratas e republicanos.
A iniciativa segue até quarta-feira (30). O encerramento da missão ocorrerá com reuniões no Council of the Americas, em Nova York. “O que está acontecendo agora está forçando o governo, o empresariado e a sociedade brasileira a repensarem como fazer negócios e como se aproximar mais dos Estados Unidos. Não podemos desperdiçar essa mobilização”, destacou Azevêdo.