Mário Sérgio Conti entrevista Jaques Wagner
Em entrevista ao programa Diálogo, do jornalista Mário Sérgio Conti, o senador Jaques Wagner (PT-BA) anunciou que vai lançar na Comissão de Meio Ambiente do Senado um programa denominado Big Push, que significa o grande salto ambiental com medidas para o desenvolvimento com sustentabilidade e para a preservação da Amazônia e das florestas brasileiras.
“O mundo inteiro sabe que há um grande vetor de desenvolvimento e um tripé de sustentabilidade econômica, ambiental e social. Nós estamos na contramão. A imagem do Brasil está sendo destruída lá fora”, disse o senador.
Para ele, a fala do presidente Bolsonaro na ONU sobre a Amazônia foi tudo uma fake news inventada pelo presidente, para explicar a devastação e as queimadas. “Não vejo, do ponto de vista internacional, ninguém querendo mandar na Amazônia, nem mandará. A Amazônia é brasileira, isso está para lá de consolidado. Mas a preocupação com a devastação da Amazônia é mundial. Ela representa o pulmão do mundo”, comentou Wagner, entendendo os motivos da preocupação internacional.
Uma demonstração da preocupação preservacionista, disse, foi a suspensão dos investimentos de vários países ao Fundo Amazônia. “Tanto é que o ministro do Meio Ambiente acaba de voltar da Alemanha com as mãos abanando. Não tem nada. Nós estamos na contramão”, criticou o senador.
“É um predador que está aqui dentro governando. É um negacionista”, observou.
Segundo o senador, o governo Bolsonaro se tornou um governo da destruição e não da construção. “Acabou com vários programas importantes, como o Ciência sem Fronteira, que estava mandando jovens para estudar no exterior; não investe na tecnologia; e está enterrando o aspecto de desenvolvimento da juventude”, apontou.
Durante a entrevista, Wagner afirmou sentir muito o fato de o Brasil estar perdendo o seu protagonismo. “Sei que tem muito empresário que pode ter apoiado a candidatura dele e que hoje está recolhido. Não compra a briga de frente, mas não gosta da situação”, reiterou.
Por fim, destacou que o presidente da República já está enfrentando um binômio muito perigoso: “insatisfação e a popularidade em queda”.