Jaques Wagner participa de reuniões sobre a MP 871
Nos dias 7 e 8 de maio, deputados e senadores se reuniram para debater a MP 871, que institui mecanismos de combate a fraudes na Previdência Social. Titular da comissão, Jaques Wagner participou dos dois encontros e destacou que todo combate à corrupção é sempre bem-vindo. Mas destacou que a tese apresentada para resolver o problema traz como solução o fim das entidades representativas dos trabalhadores.
“Isso, para mim, é ser valente para baixo e não ser valente para cima. Os sindicatos, querendo ou não, organizam os setores. Sem um interlocutor viveremos o que aconteceu na greve dos caminhoneiros, que a gente não sabia com quem conversar. Para combater a corrupção, precisamos ser firmes na fiscalização e não acabar com o sindicato, que é quem está no dia a dia, por exemplo, dos trabalhadores rurais. Vamos continuar o debate amanhã”, destacou.
Durante o debate, o senador destacou que o combate à corrupção é um pré-requisito para o bom funcionamento do estado. “Não há dúvidas sobre isso. Mas ponderei que não devemos acabar com a fome matando os famintos. Ou seja, não temos que generalizar e dizer que todos os sindicatos e todas as colônias de pescadores agem de má-fé. Não estou querendo postergar o combate à corrupção, mas não posso negar aqui que estão colocando por debaixo do combate à fraude o aniquilamento dos sindicatos”, criticou.
Ele ressaltou ainda que não vê motivo para o governo não aceitar a liberdade das relações sindicais entre as partes, “já que se um cidadão não quiser mais contribuir, ele vai lá e desfaz o trato. Então, concordo com o combate à corrupção, mas, repito, não podemos generalizar e acabar com a fome matando os famintos”.