Senador Jaques Wagner

 
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8 de setembro de 2023 as 3:47 pm

Independência para todos


Foto: Ricardo Stuckert / PR

A chegada do mês de setembro é sempre marcada como um momento de relembrar e celebrar a declaração da nossa Independência. No entanto, a história nos mostra que a famosa declaração, feita por Dom Pedro I, às margens do Ipiranga, em 7 de setembro de 1822, não foi suficiente para que ali tivéssemos a nossa libertação definitiva dos domínios da Coroa Portuguesa.

A verdadeira independência do Brasil só foi realmente conquistada quase um ano depois, em 2 de julho de 1823, aqui na Bahia. Esta sim, uma vitória decisiva e determinante, que muito orgulha a todos nós baianos e baianas, mas que resultou na morte de muitos irmãos e irmãs que deram as suas vidas para que nos tornássemos um país independente, livre e soberano.

Desde então, a nossa caminhada histórica é marcada pela oscilação de momentos positivos e negativos. Por vezes, navegamos em ambientes mais favoráveis, com progressos significativos e com grandes avanços. Já em outros, mergulhamos em cenários extremamente adversos, marcados por muitos retrocessos, além de situações em que nossos direitos foram suprimidos e nossas liberdades foram cerceadas.

A chegada a mais um 7 de setembro, portanto, pode ser encarada como um momento de retomada. A data simbólica se repete, desta vez, em um cenário marcado por uma caminhada de oito meses da gestão do novo governo do presidente Lula. Um breve período, em que já conseguimos reestruturar políticas sociais como o Bolsa Família, o Minha Casa Minha Vida, o Mais Médicos e o Programa de Aquisição de Alimentos. Além disso, retomamos a Política Nacional de Valorização do Salário Mínimo, garantindo aumento real, acima da inflação, pela primeira vez após seis anos.

Seguimos completamente focados na reconstrução de um ambiente socioeconômico propício ao avanço de projetos de interesse nacional. Aprovamos no Congresso uma nova Regra Fiscal, superando as amarras do antigo Teto de Gastos, determinando agora que os gastos públicos devem crescer de acordo com o comportamento da arrecadação do governo. Uma maneira inteligente e sustentável de garantir responsabilidade fiscal, sem perder a capacidade de investir nas áreas prioritárias e essenciais para garantirmos mais desenvolvimento e justiça social.

Além disto, vivemos hoje um cenário extremamente positivo, marcado pela redução da taxa de desemprego, pelo crescimento do PIB e por sucessivas quedas na inflação, com especial destaque para a redução do preço dos alimentos. A melhora de nossos indicadores econômicos já reflete um sentimento geral de que o Brasil voltou. Prova disto é que a comunidade internacional passou a novamente nos enxergar como uma nação capaz de liderar as principais discussões no plano global.

Apesar deste cenário tão positivo, não podemos perder o foco para seguirmos fortalecendo, de modo permanente, na nossa agenda nacional temas como emprego, renda, inclusão produtiva, justiça social, saúde, educação, segurança, agricultura familiar e tudo aquilo que impacta diariamente na vida da nossa gente. De todas as classes sociais, mas especialmente daqueles e daquelas que mais precisam.

O fato é que, mais de dois séculos se passaram e o dia 7 de setembro segue sendo para todos nós, brasileiros e brasileiras, uma data de grande importância na vida nacional. Um dia marcado pelo sentimento de união e pelo orgulho que temos de ser brasileiro. Um dia em que não medimos diferenças partidárias, religiosas, ideológicas ou de nenhum outro tipo. E uma oportunidade de compartilharmos essa certeza de que precisamos seguir trabalhando pela união e pela reconstrução do nosso País.

A boa notícia é que esses ideais, de união e de reconstrução, são valores que marcam a atuação do governo que temos hoje no Brasil. Novamente, sob a liderança do presidente Lula, temos uma gestão federal que desde o seu primeiro dia trabalha totalmente comprometida para trazer de volta a esperança e devolver um horizonte de prosperidade a todo o povo brasileiro.

Por outro lado, precisamos permanecer vigilantes e conscientes de que ainda há muito a ser feito até que conquistemos, de fato, uma independência plena enquanto nação. E isso só virá, definitivamente, quando tivermos um Brasil completamente livre das chagas da exclusão, da fome, do ódio, dos preconceitos e das desigualdades.

Por isso, meu desejo, ao chegarmos em mais um 7 de setembro, é de que saibamos aproveitar a atmosfera de orgulho e união alimentada pelo simbolismo da data. E que este dia seja sempre capaz de renovar nosso ânimo de lutar, como lutaram tantos baianos, baianas, brasileiros e brasileiras em capítulos importantes da nossa história. Lutar, todos os dias, até que possamos dizer, em alto e bom som, que o Brasil, enfim, pode se considerar uma nação independente no sentido mais amplo desta palavra.

Jaques Wagner
Senador da República (PT-BA) e líder do governo no Senado Federal
Artigo publicado no site da Carta Capital, em 07/09/23

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