Senador Jaques Wagner

 
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23 de maio de 2019 as 6:21 pm

É preciso valorizar a democracia, diz Wagner após seminário

O senador Jaques Wagner participou hoje (23), do 2º Seminário Internacional sobre Neoliberalismo, Direito, Pós-Democracia promovido pela Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD), realizado na UNB.  Ele assistiu a palestra de Diogo Sardinha, Professor Doutor da Universidade de Paris e diretor do programa de Investigação, Violência e Política.

“Fiquei muito impressionado. O professor teve a virtude de expor com todas as letras o avanço do conservadorismo no Brasil, além de mostrar a necessidade de mobilização da população brasileira para não se deixar contaminar pelo espetáculo midiático e a condenação sem provas.”, disse Wagner. “É preciso valorizar a democracia”, acrescentou.

Para Sardinha, “a prisão do ex-presidente Lula tem como objetivo provocar sua morte simbólica e o seu banimento da vida pública”. O professor condenou ainda a proibição feita a Lula de dar entrevista coletiva. “É como se nunca tivesse existido e fosse apenas a encarnação de um sonho”, avaliou.

Sardinha solidarizou-se com as causas defendidas pela Associação preocupada com a democracia e falou sobre o curso dos acontecimentos no Brasil destacando cenas que chamou de” espetáculo judiciário”.

“São cenas midiáticas com buscas em casas de empresários com a polícia e os canais de televisão unidos em uma grande guerra contra a corrupção a pretexto de enfrentar os poderosos, mas que colocam os bandidos no lugar de suspeitos de crime. A mídia começa a falar mal das pessoas, que ficam manchadas, e acabam condenadas”, frisou.

Para ele, a união das castas com os poderes judiciário e econômico reúnem condições para um apelo à intervenção militar.  Lembrou que em março de 2018, o advogado José Roberto Batochio já denunciava a existência de volúpia no sentido do encarceramento do ex-presidente da República.

Sardinha alertou para os perigos do “nazi-fascismo ao capitalismo moderno, onde a alta burguesia faz apologia da lei para depois infringir os mesmos valores”.

“Não existe mais moderação. Nada satisfaz mais do que os privilégios sociais. Um horror sofisticado”, disse ele.

Sardinha destacou que não vê nenhum enfraquecimento do atual poder. “Eles se articulam e se harmonizam”.  Para ele, “as manobras navegam nas instituições ultraconservadoras”.

O professor citou o exemplo da Europa que não esqueceu dos horrores da 2ª guerra mundial. “Mas é melhor a democracia do que o fascismo”.

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