Senador Jaques Wagner

O ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, foi convidado hoje (4) a dar explicações à Comissão de Desenvolvimento Regional (CDR) sobre o aumento da fila de espera do Programa Bolsa Família. O requerimento do senador Jaques Wagner (PT-BA) foi aprovado nesta quarta-feira (4). Para o senador é necessário debater com o novo ministro as medidas que estão sendo tomadas pela pasta para que a situação seja revertida.
Além de explicar o aumento da espera para ingresso no programa, Lorenzoni deve falar também sobre a diminuição do número de famílias beneficiadas em 2019 e a redução da previsão orçamentária para 2020.
“Queremos saber o que está acontecendo com a fila do bolsa família. Só na Bahia, são cerca de 70 mil pessoas que esperam para obter o benefício tão fundamental às famílias mais carentes. No Nordeste, como um todo, chega a mais de 600 mil pessoas. É inexplicável. Um benefício que é arroz, feijão, farinha, na mesa do brasileiro esteja com esse grau de demora. E ao contrário, a aceleração é só para descredenciar as pessoas tirando mais de 7% daqueles que recebiam o bolsa família em todo o nordeste”, justificou Wagner.
Para o senador, o que chama mais atenção é ”a discrepância entre a região Nordeste e as outras regiões do país. A aceleração para admissão de novos usuários é muito maior em outras regiões. Portanto, eu espero que a marcação seja rápida e o ministro esclareça qual é o problema que está acontecendo com o bolsa família, principalmente, no Nordeste”.
Wagner revelou que, somente na Bahia, mais de 70 mil pessoas aguardam a autorização para receber o benefício e em todo o nordeste mais de 600 mil, onde nos pequenos municípios é única fonte de renda.
— Esse problema do Bolsa Família está exatamente nos pequenos municípios. Onde muitas vezes a receita do município se concentra em FPM [Fundo de Participação dos Municípios], aposentadoria do trabalhador rural, BPC [Benefício de Prestação Continuada] e Bolsa Família. É o que faz circular a economia dos pequenos municípios — explicou.
Em sua justificativa, Wagner argumenta que se estima que 3,5 milhões de pessoas (o que representa 1,5 milhão de famílias de baixa renda) estão à espera dos repasses do Bolsa Família.