Ao jornal A Tarde, Wagner afirma: “a principal marca do governo Jerônimo será a educação”
Na primeira entrevista concedida em 2025, o líder do governo Lula no Senado demonstra estar atento tanto ao cenário político quanto eleitoral, além de refletir sobre os principais desafios envolvidos na missão de viabilizar no Congresso a aprovação de projetos cruciais para o Executivo.
Wagner disse que “inevitavelmente a marca do governador Jerônimo será a educação”, ao destacar sua trajetória como secretário, professor universitário e com todo o movimento da sua gestão com as escolas de tempo integral: “tem município que a escola é o prédio mais bonito da cidade”. Wagner destacou o fato de que Jerônimo acabou abriu concurso para professores e outros profissionais do setor, oferecendo mais vagas do que ele e Rui ofereceram em suas gestões, além de uma série de outros investimentos importantes na área.
Ainda sobre o panorama na Bahia, o senador considera natural a formação de uma chapa liderada pelo governador Jerônimo Rodrigues, acompanhada por dois ex-governadores: Rui Costa e ele próprio. Wagner disse que o objetivo é acomodar todo mundo, pois “sem aliados, a gente nunca vai fazer, mesmo na chapa majoritária”.
Renovação de lideranças
Na conversa com o A Tarde, Wagner reitera que renovar quadros políticos no campo progressista segue sendo uma obsessão minha. “Eu acho que as empresas fazem, a direita faz, e nós temos que fazer também. Eu impulsionei muito isso. O presidente do PT estadual hoje é um jovem, a direção do PT tem muitos jovens. Realmente me agrada muito quando você olha para uma reunião do atual secretariado de Jerônimo e vê uma moçada extremamente jovem”, destaca o senador.
Wagner explica que uma jovem liderança pode pecar por ter menos experiência, mas que ganha em vitalidade. “A virtude é você saber juntar a experiência dos que já erraram mais, porque já caminharam mais, com a vitalidade dos que erraram menos porque são mais jovens. Você ganha com a experiência de um lado e a vitalidade do outro”, destaca.
Rumos da economia brasileira
Sobre a “desconfiança do mercado” em relação à capacidade do governo Lula de controlar gastos, Wagner aponta que não consegue deixar de “enxergar um viés político nessas avaliações que se proliferam na mídia e nas redes sociais. Como você disse, criamos um ambiente onde o desemprego está lá embaixo, o fim de ano nas lojas estourou em vendas. Ou seja, há um consumo das famílias. E a justificativa para fazer com que o dólar suba é: eu acho que vocês não vão conseguir cumprir o que estabeleceram”.
Wagner lembra que “Lula foi presidente por oito anos e não me consta que tenha cometido nenhuma irresponsabilidade fiscal. Ao contrário: sempre manteve as finanças do país no prumo e nunca foi gastador. Agora, ele não pode chegar ao governo e deixar de fazer os investimentos sociais que estavam praticamente zerados no governo anterior”.
Para o senador, há um “processo de construir um ambiente negativo em relação à projeção do governo do presidente Lula. E é fácil até de entender isso. É só olhar o que está acontecendo pelo mundo. Quantos líderes mundiais da estatura do presidente, com a visão que ele tem da área social, existem hoje para puxar esse movimento? Sinceramente, só enxergo ele. Pode ter mais um ou outro”, salienta.
Eleições 2026 no Brasil e na Bahia
O líder do governo garante que Lula está com a saúde em dia e reafirma que o presidente é o “plano A” para disputar a reeleição. “Olhando hoje, eu não vejo necessidade de nenhum plano B. Na minha opinião, o candidato será ele”, afirmou. Já na Bahia, ao analisar a formação de uma possível chapa majoritária formada pelo governador Jerônimo com Rui Costa e ele como candidatos ao Senado, Wagner diz que daria para batizar como o “trio do sucesso”.
Sobre rumores de que isto poderia eventualmente desagradar os demais partidos do grupo que governa a Bahia, o senador aproveita para dizer que “não adianta apostar em racha, porque não vai haver. O grupo como um todo, a família como um todo, já tem maturidade suficiente para entender o jogo e a gente vai saber encaixar todas as nossas peças no seu devido tempo”, finaliza Wagner.