Senador Jaques Wagner

 
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26 de junho de 2023 as 2:15 pm

A Verdadeira Independência


Foto: Camila Souza / GOVBA

O ano de 2023 marca a celebração do bicentenário do 2 de Julho, essa que é a maior data da Bahia e o momento em que consolidamos a verdadeira independência do Brasil. A história mostra que foi em solo baiano, quase dez meses depois de Dom Pedro proclamar nossa independência, naquele emblemático 7 de Setembro, que expulsamos, de fato, as tropas portuguesas dos nossos territórios.

Embora esse episódio tão importante não tenha ainda o merecido prestígio e reconhecimento em âmbito nacional, o 2 de Julho segue sendo para nós uma grande inspiração. Tanto por simbolizar o sentimento de emancipação, esse desejo inegociável de nos tornarmos uma nação independente, mas também por marcar um momento em que consagramos definitivamente o Brasil como protagonista de seu próprio destino.

Dois séculos depois, esse mesmo sentimento marca a nossa luta no enfrentamento dos desafios apresentados nestes primeiros seis meses de gestão do novo governo do presidente Lula. Estamos debruçados na missão de reconstruir um ambiente socioeconômico propício ao avanço dos projetos de interesse nacional, sejam políticas que garantam o fortalecimento da nossa economia, com a geração de emprego e renda para a nossa população, seja a retomada de investimentos públicos e programas sociais.

Como líder do governo no Senado, essa nobre missão que abracei a pedido do próprio presidente Lula, tenho insistido diariamente na importância de retomarmos a plena harmonia entre os poderes da República. Infelizmente, o estilo do governo anterior contaminou e deteriorou esse ambiente, de modo que temos hoje o desafio de reconstruir essas relações, fortalecendo o diálogo e a busca de consensos.

Embora alguns ajustes ainda sejam necessários, para consolidarmos um cenário mais favorável a pautas e projetos prioritários, podemos afirmar com tranquilidade que tivemos um primeiro semestre com saldo extremamente positivo. Nesse período, conseguimos reestruturar políticas sociais como o Bolsa Família, o Minha Casa Minha Vida, o Mais Médicos e o Programa de Aquisição de Alimentos. Também retomamos construções de creches e escolas, barateamos a compra de carros populares, fizemos mutirões para salvar a vida de irmãos indígenas e proteger suas terras e instituímos um programa de renegociação de dívidas, mal que abala o sono de 70 milhões de brasileiros.

A retomada desses programas, diante do cenário de terra arrasada em que encontramos o Brasil no início do ano, virou uma prioridade absoluta. Abraçamos o desafio de reconstruir toda a rede de proteção social que foi destruída pela gestão anterior. E o sentimento que temos hoje é de missão cumprida, ao vermos que o retorno dessas políticas foi um passo fundamental para devolvermos dignidade para milhões de famílias.

O governo federal também direcionou esforços para medidas com impacto direto na renda da população, como a ­retomada da Política Nacional de Valorização do Salário Mínimo, anunciando um aumento real, acima da inflação, pela primeira vez depois de seis anos. Além disso, a nova tabela do Imposto de Renda faz com que trabalhadores, aposentados, pensionistas e outras pessoas físicas que recebem até 2.640 reais por mês entrem na faixa de isenção, beneficiando mais de 13 milhões de brasileiros e brasileiras.

São apenas algumas das ações que comprovam, na prática, que o Brasil voltou a respirar novos ares e a enxergar os trilhos do crescimento. Neste sentido, é interessante notar hoje a existência de um sentimento emancipador parecido com aquele que motivou o nosso povo no processo de independência que culminou naquele histórico 2 de Julho, 200 anos atrás.

A gestão do presidente Lula tem demonstrado plena disposição para retomar as rédeas do nosso destino e para devolver prosperidade ao nosso povo. Além disso, conseguimos superar um ciclo de horrores e retrocessos, marcado por constantes ameaças à democracia e às instituições. E, para isso, não há melhor inspiração do que o refrão do Hino ao 2 de Julho, cantado repetidas vezes para nos lembrar sempre que: “com tiranos não combinam brasileiros, brasileiros corações”.

Estamos encerrando, portanto, este primeiro semestre com um sentimento de dever cumprido, mas também com a consciência de que ainda há muito a ser feito. Que o segundo semestre, que praticamente estreia com o 2 de Julho, siga inspirado pelo espírito dessa celebração, por Maria Quitéria, por Joana Angélica, por Maria Felipa, por João das Botas e tantos outros heróis, anônimos, regentes de nossa liberdade, independência e busca da justiça, no caminho da união e da reconstrução do Brasil.

Jaques Wagner
Senador da República (PT-BA) e líder do governo no Senado Federal
Artigo publicado na revista Carta Capital, em 23/06/23

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