Com governo Lula, os olhos do mundo voltaram a enxergar o Brasil
Foto: Ricardo Stuckert / PR
Presidência do G-20 e do Mercosul, COP-25 no Pará, Brics ampliado, quitação de dívidas. São muitas as ações práticas que marcaram 2023 como o ano em que o Brasil reassumiu seu histórico protagonismo internacional, deixado de lado pela gestão anterior.
Combate à fome, enfrentamento da crise climática e reforma da governança global estiveram no topo das prioridades do presidente Lula e ministros que o acompanharam nas missões. Foram 15 viagens e 24 países visitados para reatar laços diplomáticos e, ao mesmo tempo, comerciais: mais de US$ 100 bilhões em investimentos foram confirmados no período.
“O Brasil é a bola da vez”, definiu o líder do Governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), após acompanhar a comitiva na abertura da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), em setembro.
“O mundo está carente de locais de segurança para se investir. Estamos vivendo numa democracia plena, com estabilidade das instituições, com bens naturais que hoje são demandados no mundo inteiro e completamos esse ciclo de preparação para a economia tomar seu rumo e crescer”, explicou. “Teremos muitos países e fundos que ampliarão, e muito, seu investimento aqui”, previu Wagner.
Ser a “bola da vez” vai além de atrair negócios e desenvolvimento. O Brasil assumiu a presidência do Mercosul, o bloco de países da América do Sul, que está prestes a abrigar também a Bolívia, conforme projeto aprovado pelo Congresso no final do ano. O país também esteve à frente da negociação que aprovou a ampliação do Brics — juntam-se a Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul as representações de Argentina, Egito, Irã, Etiópia, Arábia Saudita e Emirados Árabes. Além disso, o banco do Bloco é dirigido pela ex-presidenta Dilma Rousseff.
No início de dezembro, veio a cereja do bolo, com a presidência do G20, que reúne as maiores economias do mundo. O G20 é composto por 19 países, que representam 85% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, mais de 75% do comércio mundial e cerca de dois terços da população mundial. Estão programadas cerca de 120 reuniões em cidades-sede de todas as regiões, incluindo Salvador, até a cúpula do Grupo marcada para novembro.
Para Wagner, é uma oportunidade para o governo brasileiro dizer a que veio e convencer o mundo a priorizar o combate à fome e à desigualdade, a proteção do meio ambiente e estudar caminhos para que órgãos internacionais como a ONU voltem a ter relevância e poder para impedir guerras e garantir paz e justiça social no mundo.