Uma agenda pós-pandemia
Foto: Pedro Saldanha Werneck / Mídia NINJA
Em 1972, por iniciativa da Assembleia Geral das Nações Unidas, 5 de junho se tornou o Dia Mundial do Meio Ambiente. Este ano, a data, necessária para a reflexão de uma pauta comprometida com o planeta, coincide com o enfrentamento ao coronavírus. Nesse contexto, proponho a criação de uma agenda pós-pandemia para pensarmos a retomada do crescimento a partir dos aspectos econômico, social e ambiental.
No Congresso Nacional, tenho defendido o grande impulso para a sustentabilidade, capaz de atualizar visões e práticas, investindo em um modelo de crescimento que gere empregos, ao mesmo tempo que preserve os recursos naturais e estabeleça novo olhar para os biomas. Ações assim são, inclusive, em prol da nossa saúde, já que estudos mostram que muitas doenças recentes foram transmitidas por animas, durante invasão humana irresponsável à natureza.
Nesse caminho, apresentei no Senado uma série de projetos. Dentre eles, o de preservação do Cerrado, segundo maior bioma do país, e uma política para as sobras não tóxicas de exploração da mineração, as destinando à fabricação de artefatos para construção de habitações de baixa renda. Também propus os títulos verdes para incentivar projetos sustentáveis. O aperfeiçoamento da Lei de Crimes Ambientais, que aumenta as penas dos que praticam atos criminosos durante estado de calamidade pública motivou outra proposta, assim como o que reduz o consumo de agrotóxicos e fomenta a agroecologia. Protocolei, ainda, Proposta de Emenda à Constituição para reconhecer o “emprego verde” que, segundo a Organização Internacional do Trabalho, contribui, em qualquer setor, para a conservação e a qualidade do meio ambiente.
Trata-se de uma agenda que reposiciona o país nesse cenário urgente de preservação e busca dar um basta na devastação que vivemos, com recordes de destruição da Amazônia, da Mata Atlântica e do nosso patrimônio mais valioso, que são as riquezas naturais. No momento em que irresponsáveis aproveitam a pandemia para “passar a boiada” da flexibilização de leis ambientais, desprezando a preservação e expondo o Brasil a um papel constrangedor diante do mundo, proponho um nova relação entre humanos e o meio ambiente, aliando crescimento com preservação. Essa agenda é urgente. E a hora é agora.
*Artigo publicado no jornal O Povo (CE)