“O que está em curso é um desmonte da economia brasileira”, afirma Wagner
Em ato público em defesa da Petrobras, na Assembleia Legislativa da Bahia, o senador Jaques Wagner (PT-BA) fez um duro discurso contra as privatizações e a política econômica do governo Bolsonaro. Wagner iniciou sua fala lembrando do processo eleitoral de 2018, destacando o uso das redes sociais e das Fake News. Ele afirmou que a mesma metodologia ocorreu em outros lugares do mundo, como na eleição americana, na Primavera Árabe e no Brexit. “Toca-se em temas caros, como a família. Aí, espalha-se a ideia de que as lideranças progressistas são os destruidores da família”, disse o senador.
Wagner destacou a participação e o interesse dos Estados Unidos no processo eleitoral brasileiro e, consequentemente, na economia nacional. De acordo com ele, todas s guerras do mundo giram em torno do petróleo. “Não é à toa esse interesse dos Estados Unidos no Brasil. Nós descobrimos o pré-sal e, então, os americanos reposicionaram a sua 4ª Frota no Atlântico Sul. É como se mandassem um recado: estamos de olho”, explicou. Ele ainda deu o exemplo da Vanezuela, que possui 20% da produção de petróleo do mundo, e perguntou: “Será que os Estados Unidos estão preocupados com o bem-estar do povo venezuelano?”. Para o ex-governador baiano, a posicionamento do atual governo brasileiro é um incentivo para as pretensões dos Estados Unidos, que “querem o continente inteiro a seu seu serviço”. “Embora tenhamos visões diferentes, Fernando Henrique Cardoso não tinha a visão entreguista e subalterna desse atual governo”, disse.
No final do seu discurso, o senador relembrou uma passagem do governo Lula para destacar a importância de ter empresas estatais fortes. Wagner falou da crise de 2009 e afirmou que, naquele momento, o Brasil não sofreu tanto economicamente porque tinha “Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco Nordeste e Petrobras fortes”. Ele condenou a política econômica do atual governo, que defende as privatizações. “Temos que defender nossas empresas. O que está em curso é um desmonte da política econômica brasileira, a começar pela Petrobras”, disse. Para ele, é preciso unir o movimento de resistência nas ruas e a atuação dos parlamentares no Congresso, para conseguir barrar as propostas do atual governo.
“A estratégia é muito clara: Bolsonaro faz a cena do circo e Paulo Guedes é o cupim que vai destruindo tudo por baixo. É preciso esquentar a rua. Fazer essa união entre a rua os parlamentares progressistas para barrar essa destruição”, afirmou.
Wagner ainda lembrou a última medida do governo Bolsonaro, de aumentar em 25% a importação de etanol com alíquota zero. Ele fez relação dessa medida com a indicação de Eduardo Bolsonaro para a embaixada brasileira em Washington. “Com certeza, já é uma ação do governo brasileiro para agradar o Trump e emplacar o filho do presidente como embaixador. Essa medida garante mais emprego lá e mais miséria aqui”, concluiu.