Senador Jaques Wagner

 
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22 de agosto de 2019 as 3:14 pm

Reforma da Previdência prejudicará os mais pobres, afirma Jaques Wagner durante debates na CCJ

O senador Jaques Wagner participou, nesta quarta-feira (21), na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, de uma série de debates sobre a reforma da Previdência. Durante os encontros, que reuniu também especialistas no tema, ele afirmou que o texto como apresentado não representa uma previdência pública baseada na solidariedade. E que é preciso buscar mais equilíbrio do ponto de vista da distribuição do ônus, para não afetar a renda das famílias mais pobres.

“O que está sendo dito é que toneladas de peso serão jogadas sobre uma massa humana de milhões de pessoas que ganham até R$2,1 mil, enquanto não se tem a coragem de falar em isenção de juros sobre o capital próprio. Na minha opinião é como se houvesse um casal em que um dos dois perdeu o emprego e a primeira medida é cortar a comida das crianças, em vez de sair para batalhar outro emprego. Aqui não tem nada para ser trabalhado? Vamos continuar sendo o segundo país em desigualdade?”, questionou Wagner.

Segundo o senador, se a ideia do governo é retomar a economia do país a partir da reforma da Previdência é preciso, primeiramente, “injetar massa salarial para voltar a respirar”. “Não colocaram nenhuma regra de transição minimamente razoável. Como está, vamos tirar massa salarial para pagar conta. Temos aqui um drama social, insisto, que precisamos resolver. Como vamos distribuir o ônus pelo menos mais equilibradamente do que está sendo apresentado aí”, completou.

Jaques Wagner destacou, ainda, que é fundamental que os senadores se aprofundem mais nos dados propostos na reforma. “Eu diria que 90% não conhecem a numerologia consequente dessa proposta. Vejo a cara de perplexidade de alguns diante da diferença entre o que seria a aposentadoria. Para equilibrar a Previdência, aumenta-se a alíquota que a pessoa paga para receber menos do que receberia. É uma incongruência total. A pessoa pagava X para receber dez; agora, vai pagar x mais alguma coisa para receber oito. É um descalabro do ponto de vista de qualquer contrato comercial que fosse”, completou.

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