CMA debate o afastamento do ex-diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)
A Comissão de Meio Ambiente do Senado recebeu, nesta terça-feira (17), o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, para explicar a crise que levou ao afastamento do ex-diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Ricardo Galvão. Durante o encontro, o senador Jaques Wagner (PT-BA) destacou que o fato desgastou a imagem do Brasil e prejudicou a Amazônia. Ele questionou, também, sobre os próximos passos do governo em relação ao órgão.
“É óbvio que houve um mal-estar após o Inpe ter divulgado os dados sobre o desmatamento na Amazônia, mas o ex-diretor do Inpe é uma pessoa renomada, da academia e com diversos serviços prestados. E, com todas essas decisões do governo, houve um desgaste da imagem do Brasil no Exterior. Tais atitudes prejudicaram, por exemplo, o Fundo Amazônia que tinha parcerias com outros países”, destacou. “A atitude que cada governo vai tomar é uma decisão sua. O que não podemos é rasgar livros e negar a ciência para justificar qualquer tipo de comportamento”, completou.
Sobre os próximos passos em relação ao monitoramento por satélite da Amazônia, Wagner questionou a notícia de que uma empresa privada seria contratada para fazer o serviço que hoje é realizado pelo Inpe. “Quando fui ministro da Defesa realizei, junto ao Ministério da Ciência e Tecnologia, uma série de esforços para profissionalizar as unidades do Inpe. Eu rogo para que essa nova contratação não aconteça. Ir adiante com essa ideia é dizer que os dados do órgão não são confiáveis. Acaba jogando um manto de dúvidas sobre o trabalho e a destreza do Instituto. Uma boa solução é investir para melhorarmos os nossos equipamentos”, opinou.
Em resposta ao senador, Marcos Pontes afirmou que conversou com o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, sobre a necessidade de melhorar o sistema que já existe no Inpe. “Aparentemente, ele concordou comigo. O Instituto tem demonstrado resultado ao longo do tempo. Então, eu acho que ele pode e deve ser continuado”.