Senador Jaques Wagner

 
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10 de abril de 2019 as 4:45 pm

Jaques Wagner defende ministério do turismo sem contaminação ideológica 


O senador Jaques Wagner (PT-BA) defendeu hoje (10/04), em audiência pública realizada na Comissão de Desenvolvimento Regional (CDR), com a presença do Ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, que o ministério adote “um tratamento republicano com o Nordeste sem se deixar influenciar pela derrota eleitoral sofrida na região”. Wagner manifestou voto de esperança de que o fato “não provoque nenhum tipo de contaminação nas decisões do governo em relação ao Nordeste”.

“A eleição já se foi e temos que governar. Governo e oposição. Espero que essa pasta não tenha nenhum tipo de contaminação já que o presidente não teve seu melhor desempenho no Nordeste. Se cativa tratando bem e não maltratando.  A eleição já se foi temos que governar. Governo oposição”, disse Wagner. “Fui governador 8 anos, fui minoria, fiz maioria. Torço para que o Brasil dê certo. Perder eleição faz parte do jogo democrático”, acrescentou.

O senador também sugeriu ao ministério do Turismo capitanear o descasamento das férias escolares entre as regiões para evitar problemas como a superlotação de vôos e de hotéis.  “Todos saem de férias no mesmo período. Minha sugestão seria descasar as férias do Nordeste com as do Sul e do Sudeste. Vamos evitar superlotação de voos e de hotéis, além de preços extorcivos das passagens e hospedagens”, frisou.

“Sei que a pasta teve corte violento. Mas o turismo tem capacidade de geração de emprego imediata, é algo fantástico”, defendeu ao sugerir mais investimentos no setor do turismo nordestino.

Wagner lembrou que quando foi governador da Bahia teve a idéia de criar por dois anos, “o triangulo da alegria” durante o carnaval, com a participação dos ex-governadores do Rio de Janeiro, Pernambuco e Bahia, respectivamente, Sergio Cabral, e Eduardo Campos (já falecido), para os turistas aproveitarem o carnaval nos três estados: Rio, Bahia e Recife. Para Wagner, o mesmo poderia ocorrer agora, com a “rota das emoções” sugerida pelo o senador Elmano Férrer (PTB-PI).

O senador sugeriu a realização de uma reunião com os secretários de turismo dos estados e o debate sobre a possibilidade do governo federal induzir pacotes turísticos comuns e também uma propaganda comum entre os estados estimulando os pacotes turísticos.

“Não podemos ser ciumentos uns com os outros. A iniciativa privada não vai colocar vôo aonde não tem passageiro. Mas o poder público tem que dar o primeiro passo”, enfatizou.  Wagner sugeriu que o governo federal tenha um “olhar diferenciado para o turismo externo”, como faz o governo da Bahia que, no último carnaval, recebeu cerca de dois milhões de turistas.

Por último, o senador reclamou dos altos preços das passagens aéreas como fator que desestimula o turismo para a região. O custo é problema e deve estar impactando a vinda de turistas para cá”, alegou.  Disse que como senador, mesmo comprando com antecedência paga cerca de 430 dólares para ir de Brasília a Salvador, sendo 860 dólares, ida e volta. “Não é possível que não se tenha uma banda de preço mais em conta”, reclamou.

Wagner observou que os estados têm sido “muito ciumentos uns com os outros e deveriam induzir a pacotes comuns”, e insistiu para que o poder público dê o primeiro passo. “Vou deixar a sugestão para a equipe”.

O senador defendeu que o governo federal invista mais no turismo, principalmente, no Nordeste. “É uma atividade muito forte, não poluidora. O turismo é uma indústria sem fumaça, que faz troca de conhecimento e produz a paz mundial pelo intercâmbio dos povos”, defendeu.

Durante a audiência, o ministro foi cobrado pela senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) sobre sua participação em um esquema de candidaturas laranjas no PSL, em Minas Gerais, para desviar dinheiro do Fundo Partidário.

O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, negou que tenha participado do esquema. ”Sempre agi dentro da legislação eleitoral e nunca fiz algum procedimento inadequado para macular a minha imagem ou a imagem do meu partido. O processo corre em segredo de Justiça e confio nas instituições Polícia Federal e Ministério Público. Esse inquérito vai ser a melhor oportunidade de provar que não tenho nenhum problema e nenhuma atitude inadequada à frente da legenda em Minas”, explicou o ministro, que foi eleito deputado federal e se licenciou para assumir o cargo.

A senadora Eliziane Gama sugeriu que o ministro se licenciasse temporariamente até que as denúncias sejam apuradas.

— É uma atitude que o governo Bolsonaro deveria tomar para que a gente pudesse ter de fato uma investigação isenta — opinou.

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